Quantcast
Channel: vagabundos – Ceticismo, Ciência e Tecnologia
Viewing all articles
Browse latest Browse all 19

Aluno vagabundo toma pito de juiz por causa de celular fofuxo

$
0
0

O mundo moderno trouxe muitas coisas, e para cada coisa, trouxe vários problemas. Celular em colégio é um problema. Se por um lado pais precisam falar com os filhos (os colégios podem ter telefones, mas quando a última vez que você viu um orelhão na rua?), pelo outro esta DESGRAÇA faz de qualquer aula um inferno, com alunos enchendo o saco com estas porcarias enfiadas no ouvido, quando poderiam muito bem enfiar em outro orifício. Eu mesmo já cheguei a tomar uns 10 aparelhos, formando uma pilha na mesa e ameaçando vender numa banquinha de camelô.

Um professor de Recife, Pernambuco, teve a mesma atitude. O molecão teve ataque de piti, chamou mamãezinha e ela processou o professor. O resultado foi um pouquinho diferente do esperado.

O professor Odilon Oliveira Neto é um jedi. Ele sabe quem realmente tem a Força em sala de aula (ok, são os alunos, mas fingimos sermos nós. O pessoal acredita… às vezes). Quando o aluno de nome Thiago Anderson Souza estava com a bosta do seu telefone nas zoreia, Odilon mandou desligar e o vagabundo não deu a menor bola. O professor fez o que qualquer professor de verdade faz: tomou o aparelho.

Mamãe de Thiaguinho, dona Silenilma Eunide Reis (não riam) defendeu o merdinha que colocou no mundo e moveu um processo.contra o professor, alegando que o pilantra-mirim  passou por “sentimento de impotência, revolta, além de um enorme desgaste físico e emocional” após ter o celular retirado pelo professor badass. Eu pago um chopp pra esse professor!

Por increça que parível, o colégio ficou do lado do professor (ainda existem colégios decentes). O vagabundinho alegou que estava apenas vendo a hora, coitado. Mas o professor, e apoiado por testemunhas, ao pegar o celular do meliante e desplugar o fone, começou a sair música do aparelho (eu acho que ele deveria ter jogado na privada, pois sem muito bem o tipo de música que estava tocando). Foi batom na cueca, e o juiz, deu razão ao professor. Não satisfeito, o Meritíssimo ainda tascou:

Julgar procedente esta demanda é desferir uma bofetada na reserva moral e educacional deste país, privilegiando a alienação e a contra educação, as novelas, os ‘realitys shows’, a ostentação, o ‘bullying‘ intelectivo, o ócio improdutivo, enfim, toda a massa intelectivamente improdutiva que vem assolando os lares do país, fazendo às vezes de educadores, ensinando falsos valores e implodindo a educação brasileira (…) No país que virou as costas para a Educação e que faz apologia ao hedonismo inconsequente, através de tantos expedientes alienantes, reverencio o verdadeiro herói nacional, que enfrenta todas as intempéries para exercer seu ‘múnus’ com altivez de caráter e senso sacerdotal: o Professor.

O juiz  teve uma atuação exemplar, mas não é só isso. O mérito é daquele que não se escondeu, não se curvou, não teve medo, não se intimidou. Como homem, o professor Odilon pode fazer muito pouco. Mas ao demonstrar que ele não aceita certas coisas, muito menos de uma mãe que defende filho tosco, nem teme a justiça, ele demonstrou que pode ser um símbolo, que pode mostrar que é. incorruptível. Que pode se tornar uma lenda.


Fonte: O Globo (se ficar enchendo com o paywall ou cadastros, basta abrir numa janela anônima)

Sobre André Carvalho

και γνωσεσθε την αληθειαν και η αληθεια ελευθερωσει υμας


Viewing all articles
Browse latest Browse all 19