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Clik here to view.Eu sempre digo que religião é um câncer sociológico. Ele se alastra fundo, causa metástase e acaba sendo mais do que maléfico. E mortal! Eu aceito que a pessoa resolva se conectar com uma esfera que ele não compreende, passe a acreditar que haja seres supranaturais ou, pelo menos, sobrenaturais, mas tenho verdadeiro asco por institucionalização da fé, em que um líder diz o que você tem que fazer, pensar e agir ou um Deus bom, justo e misericordioso vai destruir a sua vida de forma selvagem.
Muitos pesquisadores têm uma religião, mas sabem diferenciar as coisas. Aí, as pessoas ignorantes (por não saberem) depositam sua esperança em alguém que fala bem e isso é sua ruína (na verdade, isso vale para religiões, política, vendedores de “bilhetes premiados” e o cara que usa, abusa e lambuza e não liga no dia seguinte).
Nisso acaba o triste caso de uma pessoa que estava com vírus da AIDS, estava se tratando, o tratamento estava fazendo efeito e acabou numa religião, na qual foi levada a testemunhar como Jesus a curou. Parou o tratamento e o resto você já sabe. A igreja você pode adivinhar qual é.
Na semana passada, o Extra mostrou a reportagem de uma moça que não foi identificada. Ela morava no município de São João de Meriti e tinha sido contaminada com o vírus da AIDS em 2012, ao fazer os exames de pré-natal da primeira gravidez (sim, primeira). Daí começou o tratamento. Há cerca de quatro meses, alguém que foi identificado como “uma mulher” apareceu na casa dela dizendo para ela ir na igreja, com a ressalva que tinha que levar os exames. A moça foi e apresentou os exames, daí deu testemunho e tal.
Sua prima ficou sabendo que, depois de um mês frequentando a igreja, ela parara com o tratamento. A alegação foi que o segundo exame mostrou carga viral zero. Ela estava curada. HOSANAS, ORA VEM JESUS!
Ela ainda era soropositiva, a doença veio com mais força e ela acabou morrendo. Sobrou a dor e o sofrimento, mas não em ninguém que continua na igreja.
Aliás, você já adivinhou que igreja é essa?
Ah, mas e a carga viral?
Não apresentar carga viral NÃO É o mesmo que estar curado de uma doença. No caso da AIDS, não há cura. Ela destrói o sistema imunológico. O que você pode é, por meio de tratamento, impedir que o vírus se alastre. Ou nasce um mutante como o Magic Johnson e tem imunidade contra o vírus, que está presente, mas não tem a doença, ou vira prostituta na África, que acaba sendo selecionada naturalmente, ficando apenas as imunes aos vírus, informação genética essa que é transmitida aos seus descendentes. Aliás, nem isso: a Seleção Natural já mudou de novo e as que tinham imunidade não conseguiram gerar mais descendentes imunes.
Mas não, ir em igreja não te dá poderes mágicos, não lhe dá a Jóia da Realidade e nem lhe transforma em X-Men. É uma sem-vergonhice em níveis criminais dizer que rezou, a pessoa está curada. Isso é curandeirismo, crime previsto no Código Penal, artigo 284. Mas para isso, tem que haver denúncia, mas não houve. Os frequentadores da tal famigerada igreja não vão denunciar e o comando dela diz que os pastores, coitadinhos, JAMAIS fariam isso. Não, claro que eles nunca falam que curam pessoas. Como foi dito na comunicação da Igreja Universal (ah, desculpe. Você pensou que era a Igreja Angolana Zulu é o Senhor?)
A Igreja Universal do Reino de Deus não tem conhecimento do fato narrado pela repórter do jornal Extra, até porque os pastores da Universal jamais teriam tal iniciativa, de fazer uma avaliação médica de um exame clínico.
Além disso, no prazo oferecido, de 1h30, não é possível sequer apurar as alegações dessa senhora. Fica a sensação de que o jornal Extra procurou uma resposta que não quer receber.
Mas esclarecemos que ao defender preceitos religiosos e atos de fé? no auxílio aos doentes, a Universal sempre destaca a importância da rigorosa observância dos tratamentos médicos prescritos. Além disso, existem inúmeros estudos científicos que comprovam a afirmação bíblica de que a fé? auxilia – e muito – na cura de doenças.
Mundo real:
(não leiam os comentários ou vocês ficarão com câncer)
Eu não sei o que é mais abjeto. Fingir que cura pessoas ou fingir que não fingiu que cura pessoas.
E ninguém é processado. Ninguém é punido. O Ministério Público não intima, a Polícia Civil não investiga infiltrando policiais disfarçado. Não podemos ofender a religião, pois a Constituição blábláblá. Eu vi um crime cometido contra a saúde pública. Vi um crime de curandeirismo. E podem estar certos, o pastor ainda falará que a vítima morreu porque ela não tinha fé o suficiente. Daí apresenta uma outra pessoa no palco, com testemunho que ela tinha espinhela caída e foi curada. Ou como este incrível caso deste profeta, curado pela glória de Deus,Cristo Jesus, amém!
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Isso levou a CNBB iniciar uma pastoral alertando sobre a AIDS, com participação da Assembleia de Deus e de líderes de Candomblé. E para a Assembleia de Deus se aliar ao Candomblé e à Igreja Católica é porque as coisas estão perdendo o controle (também tem o lance do “inimigo do meu inimigo é meu amigo”. Eu não acredito em bondadezinha de líderes religiosos).
No Brasil que odeia Ciência, talvez assim a população passe a ouvir. Disse lá em cima que acho que a religião institucionalizada é um câncer, e mantenho firme esta posição. Só que eu tenho mais de doze (anos e QI), diferente de ateu de fim-de-semana, e sei muito bem que – PLINK! – ela não vai sumir de uma hora pra outra. se é pra ser assim, que pelo menos contribuam de alguma forma positiva.
Quanto ao pastor que curou (SQN) a moça que acabou falecendo… bem, aposto que neste momento ele está “curando” outras pessoas.Eu só lamento por Jesus não existir, pois eu queria ver muito ele realmente aparecer numa igreja, chegar junto desses pastores e…
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